A ocupação da região de Lagoa Santa próxima à Lagoa Central se dá por volta de 1733, quando Felipe Rodrigues se estabelece em seu entorno, erguendo ali um pequeno engenho para produção de aguardente. Conta-se que foi Felipe Rodrigues o primeiro a citar os poderes curativos da água da Lagoa, relatando-a ao Frei Antonio de Miranda, de Sabará.
Até 1749 não se tem notícias de povoamento ostensivo, o que se altera a partir dessa data com relatos das mais diversas curas operadas pelas águas da Lagoa, registrados por Antonio Cialli, em seu livro “Prodigiosa Lagoa Descuberta nas Congonhas das Minas do Sabará, que tem curado várias pessoas dos achaques que nessa relação se expõe”, de 1749. A fama das curas operadas pelas águas da Lagoa Santa cruzou o oceano Atlântico, chegando à capital portuguesa, Lisboa, onde sua comercialização chegou a ocorrer.
A partir de 1749, com a chegada a Lagoa Santa de novos habitantes atraídos pela esperança da cura, decidiu-se erguer uma capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde, cuja provisão foi obtida em 2 de maio de 1749.
Em torno de 1750 é chamado para vir à região o ouvidor de Sabará, Manuel Nunes Velho, responsável por demarcar o local para erguimento da capela, e a disposição do arruamento e dos locais para banho, designando para tal Faustino Pereira da Silva como executor de suas decisões.
A freguesia de Nossa Senhora da Saúde de Lagoa Santa foi criada somente em 1823, separando-se então da Freguesia de Santo Antônio da Roça Grande. A construção da igreja matriz de Nossa Senhora da Saúde se dá em 1819, sendo que a criação do distrito se dá em 1891, inicialmente ligado ao município de Sabará e que posteriormente, a partir da Lei Estadual número 843 de 1923, passaria a subordinar-se a Santa Luzia do Rio das Velhas, atual cidade de Santa Luzia.
A elevação de Lagoa Santa à categoria de cidade se dá através do Decreto-Lei número 148, de 17 de dezembro de 1938.
Durante o século XIX, a cidade ganhou destaque com o naturalista dinamarquês Peter Lund, que realizou importantes descobertas arqueológicas na região, incluindo fósseis humanos e de animais pré-históricos. Esses achados ajudaram a consolidar Lagoa Santa como um ponto de referência para a paleontologia e a arqueologia no Brasil.
O município de Lagoa Santa, localiza-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte, possui 75.145 habitantes e uma área de 22,409km².
A cidade se destaca pelo alto índice de desenvolvimento humano e pela qualidade de vida proporcionada aos seus moradores. A economia local é influenciada por setores como turismo, comércio, construção civil e serviços.
Lagoa Santa chama atenção por se situar em uma região de relevo cárstico, apresentando notório patrimônio natural, arqueológico, paleontológico, espeleológico, histórico e cultural.
As descobertas e pesquisas científicas empreendidas na região desde o séc. XIX elevaram a cidade a nível internacional, constituindo uma área de grande importância científica. Os trabalhos aqui realizados contribuíram para diversos ramos do conhecimento, com estudos de relevância nas áreas de arqueologia, paleontologia, antropologia, espeleologia, botânica, ecologia, dentre outros.
A região de Lagoa Santa se destaca em função do seu rico patrimônio arqueológico e paleontológico, contando com mais de 180 anos de pesquisas, e registros de ocupações humanas que remontam a 11.500 anos atrás. São diversos os vestígios e achados arqueológicos na região, que teve seus primeiros estudos realizados pelo dinamarquês Peter Wilhelm Lund no século XIX.
Acervo Prefeitura de Lagoa Santa