Caminho do Fidalgo

Percorra uma narrativa histórica
e cultural na região da Lapinha



Cruz do Fidalgo

    A Cruz do Fidalgo é um marco histórico da região, assinalando o local onde Dom Rodrigo Castel Blanco, nomeado como Administrador-Geral das Minas do Brasil, foi enterrado após conflitos ligados à sua atuação no território. Enviado pelo Império Português em 1673 para supervisionar as minas nacionais, chegou ao Sumidouro após a morte de Fernão Dias Pais, enfrentando a hostilidade de familiares do bandeirante e outros interessados nas supostas riquezas da área.

   Além das tensões entre portugueses e paulistas, a deserção de indígenas escravizados que acompanhavam Castel Blanco agravou a situação, obrigando-o a buscar novos trabalhadores. Sua reputação foi abalada por acusações de incompetência e exageros sobre suas habilidades técnicas, o que culminou em seu assassinato, possivelmente relacionado a disputas de poder com Borba Gato, genro de Fernão Dias.

    A cruz simboliza os conflitos e tensões que marcaram a exploração territorial e que mais tarde explodiriam na Guerra dos Emboabas. O local onde se encontra  a cruz pertence hoje a um desmembramento da antiga Fazenda Fidalgo.

Acervo Prefeitura de Lagoa Santa

Gameleira da Fazenda Fidalgo

A gigantesca Gameleira da Fazenda Fidalgo, uma árvore sagrada que simboliza outra vertente da espiritualidade local, especialmente entre os descendentes africanos. Segundo a população, essa árvore (Ficus adhatodifolia), com mais de 200 anos, era reverenciada pelos negros escravizados da Fazenda Fidalgo e seus descendentes, que a viam como um elo com suas divindades e tradições africanas. O conceito de árvores sagradas é comum em várias culturas africanas, e, no Brasil, os negros escravizados, especialmente de origem iorubá, passaram a associar as figueiras e gameleiras às divindades, transferindo seu significado espiritual para as novas paisagens. A gameleira, assim, representa um símbolo de resistência cultural e de conexão com as raízes africanas dos escravizados, perpetuando suas tradições em solo brasileiro.

Acervo Prefeitura de Lagoa Santa

Capela N. S. de Sant’Ana

    A Capela de Sant’Ana, localizada na fazenda do Fidalgo. A construção remonta ao século XIX e representa outro lado da vida local, voltado à devoção e à união comunitária. Diferente das histórias de conflito associadas à Cruz do Fidalgo, a capela simboliza o sentido de fé que guiava a população, oferecendo um espaço de espiritualidade e celebrações. Dedicada a Sant’Ana e construída por volta de 1830, foi ponto central das atividades religiosas e culturais da comunidade principalmente trabalhadores da fazenda. Atualmente a capela faz parte da Paróquia São Paulo Missionário.

Veja mais sobre a capela na página Capela de Nossa Senhora de Sant’Ana.

Acervo Prefeitura de Lagoa Santa

Túnel de Árvores

Outro elemento significativo do Caminho do Fidalgo é o Túnel de Árvores, uma formação natural ao longo da Fazenda Fidalgo, que foi criado há cerca de dezessete anos com a função de proteger a área pastoril da fazenda. Esse túnel, formado por grandes árvores que se entrelaçam, oferece uma paisagem encantadora e tem grande valor simbólico, contribuindo para o charme e a identidade da região.

Acervo Prefeitura de Lagoa Santa